sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cavalo Àrabe

Como raça de cavalo, tem sido sempre considerado que o árabe tem outras qualidades além da beleza. As suas características principais são que os cavalos árabes têm sempre a rabada muito levantada e são muito magros. Os cavalos árabes são um dos cavalos preferidos das pessoas para treinar, além de serem muito mais obedientes do que qualquer outro.
Esta preocupação, que foi responsável pela grande qualidade da criação de cavalos árabes em Portugal, obrigou as autoridades oficiais a, desde 1934, durante mais de meio século, procederem a uma selecção dos reprodutores extremamente severa e sem precedentes.
Assim, para provar o valor real dos animais, a Coudelaria Nacional Portuguesa fazia uma primeira selecção dos poldros e poldras aos 3 anos, e dos garanhões aos 6 anos, só admitindo como reprodutores os cavalos que obtivessem uma nota satisfatória na árvore genealógica, no modelo, nos andamentos e nas provas funcionais. Estas, na sua fase mais dura, eram constituídas por :
  • um cross de 3.000 m com 15 obstáculos até uma altura máxima de 1,20 m, a percorrer à velocidade mínima de 600 m/minuto;
  • uma corrida de 2.500 m, à velocidade mínima de 700 m/minuto;
  • uma prova de salto de obstáculos, com 12 esforços, a uma altura máxima de 1,20 m;
  • uma prova de estrada de 70 km, à velocidade de 20 km/hora ;
  • uma prova de ensino, semelhante às utilizadas em CCE, para melhor avaliar as qualidades mentais e motoras do animal;
  • um exame clínico pormenorizado.
Evidentemente, os animais sujeitos a estas provas eram previamente treinados para poderem fornecer o grande esforço exigido.
Esta selecção, que pensamos ser uma das mais duras realizadas no mundo, fez do árabe português um animal de excepção, um cavalo robusto e belo que guardou todas as qualidades morais e funcionais de outrora.
Este facto levou os actuais responsáveis da raça a pensarem em reutilizar este tipo de selecção, com provas fisicamente um pouco menos violentas mas mais severas em relação ao tipo, esforço que contribuirá certamente para o melhoramento da raça.
Não sabemos ao certo quando foi introduzido na Península Ibérica o cavalo árabe, mas parece não haver dúvida que o mais tardar em 711, a invasão islâmica trouxe para terras hoje portuguesas numerosos cavalos orientais, que deixaram certamente grandes marcas, dado que a presença árabe no extremo sul de Portugal durou até ao século XIII (1248).
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Cavalo Árabe, na EMAPA (Avaré-SP-Brasil)
No século XVI, a pioneira expansão lusitana no Mundo levou os portugueses a dominarem muitos mercados orientais, trazendo para o nosso país o que de mais raro neles existia. Porque não cavalos árabes? Não fala o historiador Damião de Góis (1502-1574) dos presentes enviados por D. Manuel I ao Papa Leão X, que juntamente com especiarias, jóias « que de memória de homem nunca se vira » e elefantes, contavam « uma onça de caça sobre uma manta bordada a ouro que cobria a garupa de um magnífico cavalo persa » ? E para confirmar que era hábito o Rei de Portugal receber como presentes cavalos orientais, não fala o mesmo escritor de um esplêndido Cavalo Persa oferecido pelo Rei de Ormuz ao monarca português ?
A partir do século XVIII os cavalos orientais distinguem-se particularmente. Na Grã-Bretanha eles dão origem ao Puro Sangue Inglês, na Rússia ao Orloff, e, no século XIX, em França, ao Anglo Árabe. Neste país, a campanha de Napoleão no Egipto acentuou aquela tendência, trazendo para a corte francesa a moda do Cavalo Árabe, a montada preferida do Imperador. E assim, quase toda a Europa foi invadida por garanhões orientais, moda que não deixou de influenciar Portugal, como documentam as importações feitas do Egipto e de Constantinopla em 1812, 1861, 1867, 1872 e 1876.

Puro Sangue Lusitano

Puro Sangue Lusitano é uma raça de cavalos com origem em Portugal. É o cavalo de sela mais antigo do Mundo, sendo montado aproximadamente há mais de 5.000[1].
Os seus ancestrais são comuns aos da raça Sorraia e Árabe. Essas duas raças formam os denominados cavalos ibéricos, que evoluíram a partir de cavalos primitivos existentes na Península Ibérica dos quais se supõe descenderem directamente o pequeno grupo da raça Sorraia ainda existente. Pensa-se que essa raça primitiva foi cruzada com cavalos "Barbes" oriundos do Norte de África e mais tarde tiveram também influência do Árabe.
O Puro Sangue Lusitano apresenta aptidão natural para alta escola (Haute École) e exercícios de ares altos, uma vez que põe os membros posteriores debaixo da massa com grande facilidade. Assim, o Lusitano revela-se não só no toureio e equitação clássica, mas também nas disciplinas equestres federadas como dressage, obstáculos, atrelagem e, em especial, equitação de trabalho, estando no mesmo patamar que os melhores especialistas da modalidade.
Foram estes cavalos portugueses, os utilizados na produção do filme "O Senhor dos Anéis".
tem uma cauda pequena normalmente e branco castanho.

O cavalo Lusitano,
com todo o seu esplendor

corre ligeiro ao vento, e durante todo o ano,
com todo o seu fervor.

Cavalo Lusitano - Registrado - Singela - Em Até 60 Vezes
Sobre a raça lusitana
De acordo com a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Puro-Sangue Lusitano (ABPSL), no Brasil existem aproximadamente 12 mil Cavalos Lusitanos registrados. O país é considerado um dos maiores exportadores mundiais do animal, ajudando a raça a conquistar reconhecimento internacional. Em Portugal, berço natural do PSL, também existem animais nascidos no Brasil, mas Estados Unidos e México são os maiores compradores.